sábado, 23 de dezembro de 2006
Templado - A estrela de Cavalia
Bonito e poderoso, com longas crinas ondulantes, este cavalo possui uma imagem que normalmente apenas é atribuída a personagens dos contos de fada. A sua aura irradia magia quando dança ao redor da arena, executando movimentos, tão graciosos como a Levada ou uma vénia, aos sinais silenciosos do seu equitador.
De acordo com os equitadores de renome Frédéric Pignon e Magali Delgado, Templado não só é um excelente executante como também é um professor excepcional.
Nascido em 1985 na Coudelaria da família Delgado, no sudoeste de França, o poldro filho de Perdigon VI foi vendido, como de costume. No entanto a família Delgado tem como política receber de volta todos os animais vendidos e cujos donos estejam descontentes, e assim alguns anos após a sua venda, o Templado foi devolvido. O cavalo com que estes se depararam era extremamente desconfiado, temendo a presença do homem. Era bastante violento, resistindo a qualquer tentativa de treino não manifestando qualquer tipo de abertura à amizade.
Passaram vários anos até que Pignon conseguisse por fim ganhar a confiança de Templado. No livro “Templado: A Star at Liberty” o equitador explica: Ele era extremamente rebelde. Via a sua liberdade como algo demasiado importante para ser sacrificada numa relação hierárquica codificada … ele não me perdoava nada. O mínimo erro, o mínimo passo em falso da minha parte, e ele imediatamente erguia uma barreira fazendo-me compreender que eu tinha desperdiçado uma oportunidade.
Conhecido em quase todo o mundo, este luminoso garanhão branco PSL, já actuou em França, Alemanha, Holanda, Itália, Espanha e Suécia. Neste momento Templado é a estrela do aclamado espectáculo Cavalia que está em tournée nos Estados Unidos e Canadá.
Cavalia - A simbiose Homem-Cavalo
Entre os artistas de quatro patas, podemos encontrar Puros Sangue Lusitano (a raça presente em maior número), Quartos de Milha, Percherons e Belgas. A audiência sente a relação profunda que existe entre homem e animal, principalmente quando o treinador Frederic Pignon persegue e é perseguidos por dois dos seus garanhões PSL Templado e Aetes.
Nesta grande produção podem ser ainda encontrados, para além das estrela equinas, acrobatas, contorcionistas, músicos ao vivo e cantores, assim como um cenário de sonho projectado na cortina de fundo. Os efeitos especiais incluem orvalho e folhas que caiem sobre a audiência.
Poderá encontrar toda a informação em http://www.cavalia.net
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Toureio de Capote VI
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Toureio de Capote V
domingo, 3 de dezembro de 2006
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Toureio de Capote IV
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Toureio de Capote III
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Toureio de Capote II
A imagem de Verónica segurando em suas mãos o pano em que ficou impresso o rosto de Jesus Cristo, deu o nome a este lance, fundamental no toureio de capote. Este é o passe mais frequente na recepção do toiro.
Toureio de Capote I
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
O Traje de Luces
A referida designação abrange toda a indumentária do toureiro desde a cabeça até ao calçado.
Vestido na parte superior do corpo trás uma Camisa de cor branca adornada de folhos na zona peitoral. Ao pescoço é atado uma faixa de tecido, Corbatín, normalmente de cor preta ou da cor do tecido utilizado no traje, à laia de gravata. Por cima da camisa é posto o Chaleco, uma espécie de colete e a Chaquetilha, uma jaqueta curta bordada a ouro prata e seda. A Chaquetilha é uma peça da indumentária demasiado rija, pelo que possui aberturas na zona das axilas para facilitar o movimento de braços do toureiro. Sobre os ombros encontram-se as Ombreras das quais pendem borlas como adorno, os Machos. Na parte inferior do corpo é utilizada a Taleguilla, um calção justo que chega até abaixo do joelho e que é atado na parte inferior com Machos que ficam pendentes como adorno. Debaixo deste calção utilizam-se Meias de seda cor-de-rosa e sobre estas umas meias de algodão branco que facilitam os movimentos da Taleguilla sobre o corpo. Por último, as Sapatilhas, calçado de cor preta sem tacão, adornadas com um laço na parte superior, possuindo uma sola especial anti-derrapante.
Completa o traje o Capote de Paseo que embora mais pequeno e leve possui a mesma forma do capote de brega. È um dos elementos mais luxuosos do traje sendo apenas utilizado no momento das Cortesias (Paseíllo em Espanha). Sendo verdadeiras obras de arte, estes capotes são normalmente bordados a ouro e fios de seda, sendo adornados com imagens religiosas.
sábado, 4 de novembro de 2006
Breve História da Festa Brava
Socorrer-nos-emos, para tanto, da História da Tauromaquia, de Jaime Duarte Almeida, e de célebres aficionados das artes em apreço e que são nomes fulgentes da constelação literária peninsular.
Assevera Leopoldo Nunes que a valorização ou a formação de aficionados não se faz somente com a citação das regras do toureiro, de escolas, de épocas, de estilos, de técnicas clássicas ou renovadoras. Na tauromaquia há uma exigência de cultura, de espírito de moral e de arte, sem a força da qual a luta entre o homem e o outro apenas será uma disputa de primazias físicas e não afirmativa artística. Expressão cultural que se torna difícil obter no panorama tauromáquico, onde há mais instinto do que sensibilidade, mais emoções do que arte. “Não se pode amar uma expressão sem previamente a sentir” e ”só se pode amar e defender o que se compreende”.
A sensibilidade é um dom comum a todos os seres racionais, qualquer que seja a sua classe social ou o nível de instituição e de cultura; muita gente, todavia, sente e não entende; emocionam-se mas não sabe avaliar nem julgar. Isto sucede, de resto, com tidas as manifestações artísticas.
A lide tauromáquica obedece, como todas as outras artes, a um conjunto de regras clássicas, sujeitas a movimentos de renovação e até de aperfeiçoamento. A par da receptividade que a sensibilidade proporcione, impõe-se que o aficionado se sirva do intelecto e da cultura para compreender e julgar da imutabilidade do que é clássico e do valor das iniciativas renovadoras. Tem de possuir uma cultora, pois só deste modo se diferenciará dos que, movendo-se apenas por instinto, buscam emoções – só emoções! – ou para denunciar preferência por uma artista. Vero aficionado é, portanto, o que sente como os demais espectadores e sobre eles leva a vantagem de compreender, julgar e decidir.
O brilhante redactor de O Século, demonstrando que são bastantes e notáveis os valores artísticos estéticos e emocionais no domínio tauromáquico, observa: “Nenhum outro espectáculo público os tem em tão elevado número, variedade e riqueza, talvez porque a corrida de touros, assentado na luta dura e violenta do homem com a fera, torna mais difíceis as criações de beleza e de arte. Esses valores artísticos, estéticos e emocionais surgem a todo o momento na arena, porque a Arte é um conjunto de preceitos para bem dizer ou fazer qualquer coisa e a estética nessa teoria, segundo a qual o sentimento do belo é sensação e não ideia. É pela estética, portanto, e não pela arte, salvo um ou outro caso, que as pessoas se manifestam: pela sensibilidade e não pela inteligência ou cultura, pelo conhecimento das técnicas e não dos estilos”.
O verdadeiro aficionado não é somente o que se emociona com o perigo e o dramatismo das situações, mas o que após o surto emocional, ou dentro dele sente o valor e a expressão do labor artístico.
È para o toureiro e não para os toureiros que a inteligência, a sensibilidade, o poder de observação, a capacidade de avaliação e o entusiasmo dos aficionados devem voltar-se. Na formação de aficionados devemos dispensar os criadores ídolos. É breve a passagem do Homem pala Terra; é curta, por isso, a projecção artística do toureiro. Eterno será o toureiro, como manifestação de arte. Só a arte subsiste e adquire, com o tempo, mais forte e dominadora expressão.
No toureiro estão representadas todas as expressões artísticas e “a corrida de touros é fundamentalmente um espectáculo gerador de emoções”.
Dizia Edgar Quinet que a corrida de touros era, para os peninsulares, não somente um espectáculo, mas sim uma instituição nacional. Oliveira Martins, por seu turno, afirmava: “As touradas não morrem e se morressem é que se tinha mais uma fibra da alma popular”.
Quantos estrangeiros – Hemingway, por exemplo – se apaixonaram por este espectáculo fascinante, rico de cor e de excitação, onde a música empresta tons festivos a um ambiente de tragédia, considerado por Ramalho Ortigão como festa ímpar no mundo.
quarta-feira, 1 de novembro de 2006
Touradas à corda - 2006 e 1906
Neste dia em que é publicado, no matutino angrense "Diário Insular", um artigo do Sr. J. H. Toste Pimpão intitulado " Balanço das touradas à corda/2006 – 262 espectáculos este ano", ficamos a saber que desde 1996 o número de touradas tem sofrido um aumento substancial. Comparando os anos de 1996 (183 espectáculos) e 2006 (262 espectáculos) houve um aumento de 43% no número de manifestações taurinas, percentagem bastante considerável. Será importante reflectir se o aumento constatado vem beneficiar a qualidade do espectáculo (que inegavelmente o é!).
Como curiosidade, fazendo um paralelismo entre 2006 e o ano de 1906, os dados estatísticos relatam:
- Nesse ano de 1906 realizaram-se 20 touradas à corda na ilha Terceira. Destacou-se a freguesia de São Mateus com 4 eventos tauromáquicos. A freguesia do Raminho e o lugar das Duas Cruzes acolheram 2 touradas, enquanto que São Pedro, Vale de Linhares, Rua D. Carlos, Porto Judeu, Ribeirinha, Fontinhas, Doze Ribeiras, Santa Bárbara, São Sebastião, Sítio da Cruz, Serreta, Pesqueiro, São Carlos e Lajes realizaram 1 tourada cada.
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
Feira Nacional do Cavalo - Feira Internacional do Cavalo Lusitano (Golegã)
SÁBADO, 4 de Novembro
EQUUSPOLIS
Contacto:
Secretariado da Feira Nacional do Cavalo
Tel: +351249976302
Fax: +351249977114
Morada:
Largo Marquês de Pombal (Arneiro)
domingo, 29 de outubro de 2006
O Rabo Torto (o Cão de Fila da Terceira)
Segundo uma descrição do Dr. Leite Pacheco de 1903, depois da introdução do gado bravo na ilha Terceira, tornou-se indispensável a selecção de uma raça canina que dispusesse de extraordinária força física, boas aptidões olfactivas e que fosse instintivamente dominadora com o gado. Uma raça com tais características seria a ideal para o auxílio dos pastores quando tivessem que manejar o gado nas criações do interior da ilha, marcadas por superfícies acidentadas que tornavam ainda mais árduo o trabalho dos homens do mato.
O cão de fila da Terceira terá resultado de cruzamentos, aleatórios ou não, entre os animais trazidos para a ilha pelos primeiros povoadores e pelos espanhóis, essencialmente canídeos do género dogue, que levaram ao aparecimento de um tipo de animais de elevado grau de apuramento com caracteres físicos distintos de qualquer outra raça.
A ilustrar, mesmo que ao de leve, as suas características de lealdade e obediência de verdadeiro fila, aqui fica um relato do autor acima referido:
“Era em 1873 – brilhante festa tauromáquica, afamadíssimos touros do Morgado João Borges do Canto da Silveira. Praça de S. João, em Angra, à cunha – 6.° touro, preto, morzelo - corpulento como já não há, de muito sentido e de muito pé, com querença depois de passar ao segundo estado e então difícil de lidar; ainda assim recebe castigo.
Toca a recolher, salta à praça o pastor com o seu fila – o Maroto – agregado, homens de trabalho e cabrestos vacas – para a retirada do bicho, que se embrulha com as vacas e, parecendo segui-las para o curro, prestes reponta. Dista três metros do pastor (maioral) Francisco Ferreira Machado, que lhe vira as costas, para se escapar pela trincheira. Mas está longe. A meia distância o touro vai pulverizá-lo. Há um momento de ansiedade geral, precursora de uma grande catástrofe.
De soslaio, o Ferreira vê o touro sobre si e despede em brado aflitivo, estridente, em último arranco:
- Pega, Maroto!
Antes de findar aquele grito angustioso, já o valente cão, de um salto instantâneo, imperceptível, como impelido por intensíssima força magnética, estava pendurado na orelha do touro, obrigando-o, a pouco e pouco, a curvar a cerviz, até rojar pela terra de ventas ofegantes e em breve cobertas de baba ensanguentada, bramindo, de raiva e dor, deplorando, em rugidos prolongados e penetrantes, a sua impotência, perante a extraordinária força do invencível molosso!
Nesta ocasião, que lindo, que admirável, que sublime quadro!...
Um delírio indescritível, aclamações estrondosíssimas, gritos, lágrimas, risos convulsos, agitações frenéticas de milhares de lenços, aplausos estrepitantes, como seria nos anfiteatros da antiga Roma dos Césares. Na arena – um homem de braços cruzados, o Ferreira, encostado à trincheira, a dois passos, um touro robustíssimo, dominado pelo vigor incrível de um pequeno animal: mais além o grupo de vacas, esperando a chegada do companheiro. Simplesmente arrebatador.
Á voz terminante do pastor: - Larga, Maroto – desfaz-se em um momento o quadro, volta ligeiro o terrível mastim para junto do dono, e o touro, como que aviltado pelo severo castigo, lá segue, humilde e cabisbaixo, os cabrestos e entra vencido e convencido no touril!
– Só visto!”
Infelizmente o desaparecimento desta nobre raça é um facto, não existindo na ilha Terceira (e que se saiba em mais nenhuma parte do mundo) um único cão que possua, completamente, os distintivos puros desta raça.
sexta-feira, 27 de outubro de 2006
rabotorto.blogspot.com