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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Última Corrida da Feira de S. João 2014 - Video Resumo






A Lealdade de Juan - última corrida da Feira de S. João

A praça encheu para assistir à última Corrida da Feira de S. João 2014. O cartel era aliciante: Juan José Padilla, Miguel Angel Perera e Juan Leal, para lidar exemplares de Rego Botelho. Na generalidade, o curro da divisa azul e branca não serviu. Os exemplares que vieram da Caldeira do Guilherme Moniz revelaram comportamento que foi indo a menos.

Padilla encerrou-se com o pior lote da corrida. O seu primeiro (nº24, 495Kg) foi revelando uma investida curta pela direita, saindo solto dos lances. O Matador recebeu-o de joelhos com uma Larga Afarolada. Ainda o provou por Parons, antes de inicias o tércio de Bandarilhas. Cravou um par traseiro e depois, após alguma dificuldade em colocar o toiro, cravou um par de violino, a chegar às bancadas. Com a Muleta desenhou duas séries pela direita, mas sem grande ligação. Procurou testar o oponente por Naturais, mas este saía desinteressado da sorte. Lide possível com alguns (poucos) pormenores a assinalar. A história da lide do segundo do seu lote (nº17, 435Kg), é quase inexistente. Tentou iniciar por Verónicas, no entanto abreviou, dando lugar a um tércio de Bandarilhas executado sem nexo por parte dos seus subalternos. O toiro rachou cedo e o Matador não quis arriscar, mostrado não estar a gosto. Uns tímidos Derechazos e alguns passes de castigo encerraram a prestação de Padilla que foi sonoramente contestada.

Perera desenhou a lide possível diante de um exemplar (nº18, 465Kg) que se foi empregando de início, para depois vir a menos e a procurar a querença natural. Lanceou por Verónicas e ao quite saiu Juan Leal que por Gaoneras, mostrou que estava em praça para agarrar o triunfo. Fez soar a primeira ovação da tarde. Com a Muleta, Perera traçou alguns passes soltos, não tendo conseguido séries ligadas. Procurou dar vantagens ao toiro e lidou-o junto á querença. Foi uma lide sem muitas possibilidades. Com o quinto da tarde (nº26, 480Kg), já conseguiu bordar algum do seu toureio. Lanceou por Verónicas, por vezes prejudicadas pelo vento e ao quite, Juan Leal saiu de novo para, com Tafarellas, novamente mostrar ao que vinha. O toiro foi-se empregando e mostrou nobreza de investida, apesar de não ter durado até ao fim da lide. Destaque para 3 boas séries de Derechazos com profundidade e temple, aguentando por vezes alguns pequenos derrotes. Ainda tentou pela esquerda, mas o Naturais resultaram desligados. Não se livrou de uma voltareta, que o deixou tocado na perna direita. Boa lide a superar a sua primeira prestação.

O Matador Juan Leal debutava na Feira de S. João e cedo mostrou que estava por tudo. Se deu sinais de querer agarrar o triunfo, quando saiu ao quite de Capote durante as lides de Perera, com os seus toiros, denunciou este facto ainda mais. Arrimou-se com o Capote e iniciou a função, ante o primeiro exemplar (nº9, 505Kg), por Zapopinas (Lopecinas) rematadas com Revolera. Nas Bandarilhas, destaque para João Pedro Silva. Com Passes Cambiados iniciou a faena de Muleta. O toiro ia ficando em curto e por vezes cortava-se por dentro. Uma vez mais, o diestro francês a arrancar aplausos com Circulares invertidos. Por Bernardinas encerrou uma lide de entrega onde deu tudo de si e fez mais do que parecia ser possível. A encerrar a corrida, lidou o toiro que apresentou melhores condições (nº11, 460Kg). O toiro entregava-se e teve duração, no entanto, fica a sensação que após as duas voltaretas que deu, em resultado de ter ficado com os pitons presos na arena, perdeu um bocado da nobreza de investida e começou a defender-se mais. Leal recebeu-o de joelhos com Porta Gaiola. Continuou por Parons e Chicuelinas, bem cingidas. Nas Bandarilhas, o segundo e terceiro par, cravados respectivamente por Diogo Coelho e João Pedro Silva, foram de muito bom nível. Leal Iniciou a faena de Muleta com os joelhos em terra. Lidou com quietude, procurando conduzir o hastado por ambos os lados da flanela rubra. O toiro foi ficando em curto, mas o Matador esteve trabalhador, andando sempre entre os pitons. Sacou tudo o que havia naquele exemplar e foi levando a àgua ao seu moinho. Lide de muita entrega e valor. No final, duas voltas à arena.

Dirigiu Carlos João Ávila, que esteve pouco criterioso na atribuição de música, tendo sido assessorado pelo Dr. Vielmino Ventura. Abrilhantou a Banda da Sociedade Filarmónica Rainha Santa Isabel das Doze Ribeiras.


Bruno Bettencourt

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A Corrida da História

Assista hoje, às 21h30, no Teatro Angrense, às imagens das mais emblemáticas lides apeadas, executadas pelos Matadores mais míticos da história da tauromaquia: "El Gallo", Manolete, Pepín Mantín Vasquez, Antoñete, Paco Camino, El Cordobés, Paco Ojeda, "Joselito" e José Tomás. A projecção contará com comentários de Paco Aguado, jornalista taurino espanhol.

 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Concurso de Ganadarias da Feira de S. João 2014 - resumo video


 
 

Corrida Concurso: Gaspar, Grave, Ribeiro e Vicente

Concurso de Ganadarias na Feira de S. João, é sinónimo de praça cheia. Vitor Ribeiro, Rui Lopes e Jacobo Botero, Rego Botelho (RB), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), Murteira Grave (MG), Partido de Resinha (PR), Varela Crujo (VC) e João Gaspar (JG), Amadores de Coruche (GFAC), Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e Amadores do Ramo Grande (GFARG). Assim era composto o cartel deste dia de competição.
 
Abriu praça o cavaleiro de Almada. Vítor Ribeiro teve pela frente um exemplar (PR, nº12, 460Kg) que prestou um bom jogo. O toiro empregou-se e colaborou, no entanto ia-se adiantando e atravessava-se no momento da reunião. O cavaleiro cumpriu a cravagem da ordem de forma desembaraçada e com sortes frontais, como é seu timbre. Andou acertado na brega. O segundo do seu lote (JAF, nº343, 420Kg) revelou-se distraído de início. No entanto, após as primeiras cravagens, o toiro “despertou”. A maestria de Ribeiro veio ao de cima e colocou no toiro aquilo que por vezes ele parecia não ter. Com um poderoso galope a duas pistas, terminou aquela que foi uma grande lide, sempre em crescendo.
Rui Lopes andou diligente diante de um bonito exemplar (MG, nº39, 540Kg) que, apesar de se entregar, aos poucos foi decrescendo de comportamento. O toiro foi-se refugiando na sombra, tendo ganho alguma querença na zona dos tércios. O cavaleiro terceirense entendeu-o e foi-lhe mexendo com os terrenos. Esteve bem na brega, rubricando assim uma lide agradável. O segundo do seu lote (VC, nº133, 470Kg) foi o toiro que menos serviu na corrida. Foi perdendo mobilidade e como consequência, foi encurtecendo a investida. Saia ao cite, mas obrigou Lopes a dose reforçada de trabalho. O cavaleiro, uma vez mais, andou sóbrio e correcto, rubricando uma lide que não conseguiu romper para o triunfo.
Da primeira lide de Jacobo Botero, pouco há a considerar. Teve pela frente um exemplar (RB, nº100, 535Kg) que foi cumprindo o que lhe era pedido (e que não era muito). O jovem Rojoneador andou desacertado. Abreviou a lide depois de ter estado pobre nas cravagens. Quase nem deu para perceber o comportamento do toiro. Encerrou a corrida diante de um exemplar muito em tipo do encaste murube existente na ganadaria de origem (JG, nº147, 520Kg). O toiro empregou-se na luta, ficando a sensação que merecia outro tipo de lide. Botero andou novamente num patamar inferior, à semelhança das suas anteriores prestações nesta Feira. Alguma dificuldade com as montadas e pouca noção de terrenos, fizeram-se notar.
Nas pegas, abriu o Cabo Amorim Ribeiro Lopes do GFAC, de forma correcta, à primeira. Também por Coruche pegou à primeira, João Peseiro. O GFATTT fez saltar José Vicente que resolveu ao primeiro intento de forma rija. Tomás Ortins, também à mesma tentativa, executou boa pega. O GFARG Teve na cara do seu primeiro toiro, Manuel Pires, que efectuou de pronto uma valente pega. Fechou a tarde Luis Valadão que resolveu à segunda tentativa.
Dirigiu Carlos João Ávila, assessorado pelo Dr. José Paulo Lima. Abrilhantou, a banda da Sociedade Filarmónica Recreio dos Lavradores da Ribeirinha.
O júri deliberou:
Melhor toiro: “Guapo”, nº147, ganadaria João Gaspar, lidado em 6º lugar
Melhor Apresentação: “Atencioso”, nº 39, ganadaria Murteira Grave, lidado em 2º lugar
Melhor Lide a Cavalo: Vitor Ribeiro, lide efectuada ao 4º toiro
Melhor Pega: José Vicente (GFATTT), pega efectuada ao 2º toiro

 
Bruno Bettencourt

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Toiros para o Concurso de Ganadarias da Feira de São João

Aqui ficam as imagens "a campo" dos exemplares que serão lidados no Concurso de Ganadarias da Feira de S. João 2014, que se realizará amanhã, dia 24, na Praça de Toiros "Ilha Terceira".
 





 
 
Fotos: Edgardo Vieira

Primeira corrida da Feira de S. João 2014 - resumo video




Feira de S. João abriu com pouca história

Três quartos de casa assistiram à abertura da Feira de São João 2014. Nesta primeira corrida estavam anunciados os Cavaleiros Vitor Ribeiro, Tiago Pamplona, João Pamplona e Jacobo Botero. Oito toiros de: Peñajara (PJ), Ascensão Vaz (AV), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) e João Gaspar (antes Irmãos Toste) (JG). Pegas a cabo dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e Amadores do Ramo Grande (GFARG).
A corrida iniciou-se com uma homenagem merecida ao Dr. Duarte Soares, médico-cirurgião que chefiou a equipa da Monumental “Ilha Terceira” nos últimos 25 anos.
Vitor Ribeiro lidou um lote composto por um exemplar de Ascenção Vaz e um de Peñajara. O seu primeiro (nº4, 425Kg, AV) mostrou-se distraído na primeira metade da lide, parando-se no momento da reunião. O Cavaleiro de Almada teve entendimento e aos poucos, foi compensando as dificuldades do toiro. Ao longo da cravagem curta foi acertando o compasso, terminando assim uma lide de trabalho, mas sem deslumbrar. Na sua segunda aparição, teve pela frente um exemplar (PJ, nº69, 465Kg) que logo mostrou codicia e entrega, apesar da brusquidão de investida. Apesar do toiro ter ido a menos, Ribeiro acoplou-se e tirou partido daquilo que de bom tinha este castanho albinegro. Um grande ferro curto, cravado em quarto lugar, marca aquela que foi uma boa lide com momentos de muito bom traço.
Para o Cavaleiro Tiago Pamplona, saíram da porta dos curros, exemplares de João Gaspar e da Casa Agrícola José Albino Fernandes. O primeiro (JG, nº140, 480Kg), cumpriu e entregou-se, sempre que incitado pelo Cavaleiro. Com este, Tiago rubricou uma lide marcada pelas sortes de frente, que resultou bastante agradável. Novamente em praça, lidou um exemplar (JAF, nº346, 430Kg) que, apesar da sua mobilidade e entrega, atravessava-se no momento da reunião. O marialva do Posto Santo esteve em crescendo. Corrigiu-se após uma cravagem dos compridos algo deficitária e, aos poucos, foi levando a água ao seu moinho.
Um pouco apagado esteve João Pamplona diante do seu primeiro oponente (PJ, nº11, 445Kg). O toiro cumpriu bem e entregou-se com muita codicia. O mais novo dos Pamplonas esteve bem na cravagem comprida, no entanto, demonstrou algum desentendimento com a montada, aquando da ferragem curta. A lide foi marcada por demasiados toques, destacando-se o terceiro ferro que cravou. O seu segundo toiro (JG, nº3, 500Kg) trouxe-lhe problemas. Desde cedo procurou tábuas, apesar de sair ao cite. O Cavaleiro tentou sacar o que podia. Uma lide laboriosa, sem grande história, ressalvando-se alguns pormenores da brega e na procura de novos terrenos para a colocação do toiro, até porque toureio não é só cravar ferros.
Jacobo Botero não teve boa estreia nesta Feira. Lidou aquele que no conjunto foi o lote mais equilibrado da corrida, um Ascensão Vaz e um Casa Agrícola José Albino Fernandes. O seu primeiro (AV, nº18, 460Kg) era um bom toiro. Botero andou com o pé um pouco pesado no acelerador. Teve alguma dificuldade em escolher os terrenos e cravou com velocidade a mais. Resumiu a lide às cravagens (9 ferros no total!!) e ainda assim estas resultaram sem nexo. Se antes não tinha estado bem, Botero não se conseguiu superar ante o seu segundo oponente (JAF, nº359, 465Kg). Uma vez mais, teve pela frente um bom exemplar, de entrega à luta. Mas infelizmente, também uma vez mais, não esteve bem a lidar. Fica como nota positiva o seu segundo ferro curto. Se antes referi que lidar não é só cravar ferros, esta parte também é importante. Quanto ao resto, o velho ditado: “da cabeça ao rabo, é tudo toiro”.
O G.F.A.T.T.T. esteve representado na cara dos toiros por: Helénio Melo, que abriu com uma rija pega ao primeiro intento, como é seu timbre. Luís Cunha esteve bem à segunda tentativa, após ter sido derrotado à primeira. João Pedro Ávila sofreu um embate violento, tendo caído inanimado e com comoção, tendo-lhe sido diagnosticado traumatismo crânio encefálico. Felizmente, já se encontra em recuperação. Nelson Furtado, na dobra, resolveu com uma boa pega à primeira. Tomás Ortins esteve valente, arrancando ao primeiro intento aquela que foi a pega da tarde.
Pelo G.F.A.R.G., saltaram a trincheira: Manuel Pires, que pegou à primeira, executando uma boa pega, Luis Valadão, também à primeira, agarrou-se com valentia aguentando alguns derrotes. André Coelho esteve enorme, apesar da sua estatura. Pegou à terceira tentativa por falta de ajudas, nos intentos anteriores. Finalizou Vítor Oliveira, sem dificuldade, à primeira.
A dirigir o espectáculo esteve Carlos João Ávila, assessorado pelo Dr. Vilemino Ventura. Abrilhantou a corrida, a Filarmónica Portuguesa de Tulare (Califórnia).

Bruno Bettencourt

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Tauromaquia fenómeno social abrangente nos Açores

Entrevista a José Paulo Lima, autor de "O Lugar Atlântico do Toiro"

 
"O LUGAR ATLÂNTICO DO TOIRO" FOI LANÇADO RECENTEMENTE. O QUE MOTIVOU A ESCREVER UM LIVRO SOBRE O TOIRO DA TERCEIRA?
O livro surgiu sobretudo do fascínio que sinto por este animal maravilhoso que é o toiro. A tauromaquia é um fenómeno social abrangente nos Açores e que está presente praticamente em todo o quotidiano do povo ilhéu, em particular do terceirense.
Numa altura em que a festa brava é alvo de muitos ataques infundados, o conhecimento do ciclo de vida raça brava e a sua relação com o ambiente é uma grande mais-valia para a defesa da mesma. O toiro bravo nesta obra é contextualizado nas suas origens e desenvolvimento, dando destaque á forma como se cria e se seleciona.
Procurei transmitir por palavras, reforçadas com as imagens do fotógrafo Edgardo Vieira, vincar ideias que não estão acessíveis a grande parte dos aficionados e público em geral.


O QUE DISTINGUE O TOIRO DA TERCEIRA?
O toiro na ilha Terceira evoluiu e continua a evoluir de acordo com a sua finalidade pecuária. O nosso clima e a nossa orografia acabam por condicionar a própria biologia dos animais dando-lhe particularidades por vezes difíceis de identificar.
O mato com as suas condicionantes criou o toiro e foi responsável pela sua manutenção. As importações de linhas de toiro de lide melhoraram de forma substancial esta raça entre nós e puseram a ilha Terceira equiparada com a península ibérica. Hoje criam-se toiros distintos para a tourada à corda e para a lide em praça e estas duas finalidades impulsionam a manutenção da atividade ganadera.
O animal de hoje é muito diferente dos bovinos nativos que eram utilizados até ao princípio do século XX nas atividades taurinas. O progresso genético beneficiou tanto a tauromaquia popular como a dita erudita. Existem no entanto certas particularidades, como sejam o desenvolvimento de cornos, corpulência e capacidade pulmonar que são influenciados em grande parte pelo nosso clima temperado atlântico e pelos solos vulcânicos.

 
COMO SE TEM PROCESSADO A MELHORIA GENÉTICA DO GADO BRAVO DA ILHA?
A melhoria genética da raça beneficiou com a importação de linhas de toiros desde o início do século XX, com os elevados padrões de nobreza e bravura que foram sendo introduzidos nas nossas ganadarias. A morfologia dos animais também se alterou fruto da melhoria genética e das melhores condições de maneio.
As importações de gado continental que se iniciaram em 1910 melhoraram de forma cabal o efetivo bravo açoriano.
A seleção pela tenta com a sorte de varas iniciou um processo revolutivo que foi fundamental à melhoria do toiro bravo açoriano. É uma pena e uma falácia pecuária que a sorte de varas nas seja utilizada também em praça para pôr aos olhos de todos este progresso genético extraordinário.
O QUE É PRECISO FAZER PARA MELHORAR O CONHECIMENTO SOBRE O TOIRO TERCEIRENSE NAS DIFERENTES VERTENTES?
Temos a virtude de este animal ser conhecido dos terceirenses praticamente desde o berço. Qualquer um de nós, mesmo que não seja aficionado, distingue um toiro bravo das restantes raças bovinas.
A informação sobre pontos concretos da sua vida é no entanto escassa. Poucos sabem como se comporta uma vaca brava na altura do parto, como se relacionam em manada e como intervêm na proteção do meio ambiente. Estes conhecimentos vão muito para além da tauromaquia e são do interesse do grande público.
Muitas vezes a tauromaquia é notícia apenas por motivos trágicos, não se dando destaque a pormenores tão simples como a vida no campo e o comportamento desta raça.
Note-se o impacto que a tauromaquia tem nas redes sociais, com diversos canais dedicados à tauromaquia insular.
O público-alvo é muito abrangente, mas muitas vezes a forma como se trata a informação é muitas vezes pobre e deficiente.
É fundamental que se elucide as pessoas sobre qual o objectivo desta raça na ilha Terceira. Por um lado temos um tipo de animal para as touradas à corda, que consegue demonstrar o seu comportamento durante 30 minutos, várias vezes na vida, e por outro um animal que se manifesta apenas uma vez na vida durante 15 minutos numa arena. São por isso mesmo situações distintas que têm que ser descritas.
 

A arte de Rui Lopes

 
Rui Lopes despertou para o gosto pelos cavalos desde muito cedo no Centro Equestre "O Ilhéu", localizado na Ladeira Grande (freguesia da Ribeirinha), que é propriedade da família.
"Aprendi a montar muito cedo e sempre gostei muito de touros. Quando tinha 14 anos fui convidado para participar como cavaleiro na Tourada dos Estudantes", recordou.
Considera que a Tourada de Estudantes, uma iniciativa que decorre em Angra do Heroísmo há várias décadas, no Carnaval, tem permitido a muitos jovens que gostam da tauromaquia fazer a sua estreia num redondel antes de passarem pela experiência de enfrentar touros "a sério".
"Julgo que todos os toureiros da Terceira passaram pela Tourada do Estudantes ", referiu.
Após essa experiência, surgiram então os primeiros convites para participar em corridas como cavaleiro.
"Fui-me envolvendo de tal maneira que a determinada altura tomei a decisão de avançar no sentido de me dedicar com mais intensidade ao treino e a tudo aquilo que tem a ver com o que é necessário para se poder ser um cavaleiro tauromáquico", disse.
O cavaleiro, natural de Angra do Heroísmo, prestou provas como praticante, a 21 de maio de 2006 (com 17 anos de idade), no Festival do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.
Nos anos seguintes, o jovem cavaleiro terceirense obteve alguns triunfos nas praças, conseguindo em alguns casos estar num nível superior em competição com nomes conhecidos no meio tauromáquico nacional.
Depois de ter participado em diversas corridas nos Açores e em praças dos Estados Unidos e Canadá, Rui Lopes decidiu avançar no sentido de tomar a alternativa como cavaleiro profissional.
Durante a Feira Tauromáquica do Atlântico, integrada nas Sanjoaninas 2010, Rui Lopes prestou provas para a alternativa a 24 de junho, tendo como padrinho o cavaleiro Rui Fernandes.
Desde dessa data, Rui Lopes passou a ser o quinto cavaleiro de alternativa dos Açores, depois de João Carlos Pamplona, João Miranda, Mário Miguel e Tiago Pamplona. Posteriormente, João Pamplona (filho de João Carlos Pamplona), também recebeu a alternativa como cavaleiro na Praça de Touros da Ilha Terceira, a 22 de junho de 2013.
Na corrida integrada nas Festas da Praia 2013, realizada a 05 de agosto, Rui Lopes venceu o prémio para a melhor lide a cavalo numa disputa com Rui Salvador e Luís Rouxinol.
No que se refere à possibilidade de participar em corridas nas praças do continente, revelou que já surgiram alguns convites nesse sentido, mas os elevados custos com o transporte de cavalos e condições inviabilizaram essas possibilidades.
No entanto, Rui Lopes frisou que é preciso ter em conta que na Terceira existe uma das praças do país por onde já passaram alguns dos melhores cavaleiros e toureiros a pé mundiais e que existe na ilha "um público muito conhecedor e exigente" que não tolera algumas falhas que, por vezes, surgem até mesmo no Campo Pequeno.

PREPARAÇÃO

Quando conversámos com Rui Lopes, o cavaleiro tinha acabado de efetuar um treino com um touro na Praça de Touros da Ilha Terceira, tendo em vista preparar a sua participação na corrida da Feira de São João que se realiza a 24 de junho.
"Temos que manter uma rotina que passa por montar todos os dias, manter os cavalos a um bom nível e procurar outros que possam ser utilizados para o toureio. A partir de fevereiro ou março de cada ano começamos os treinos tendo em vista preparar a nova época ", afirmou.
Tendo em conta os custos que estão associados à atividade de cavaleiro tauromáquico, Rui Lopes entende que "é muito difícil" que possa surgir novos valores na Terceira nos próximos anos.
No que se refere ao surgimento de novos valores no continente, assegurou que se trata de um processo natural de renovação da tauromaquia nacional.
Por outro lado, Rui Lopes pretende também dedicar algum tempo à equitação tendo em vista a participação em provas desportivas.
"Tenho participado em algumas provas regionais para além de fazer outras atividades relacionadas com cavalos", acrescentou.
 
Reportagem:Helena Fagundes
Fotografia:António Araújo

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A não perder...


Amadores de Coruche nas Sanjoaninas

 
O Grupo de Forcados Amadores de Coruche substituirá o Grupo de Forcados de Matzatlan no México na Feira de S. João 2014. O planeamento logístico da deslocação do México foi uma condicionante que modificou o cartel das Sanjoaninas 2014.
Foi com tristeza que foi recebida a notícia de que o valoroso grupo de forcados mexicanos depois de tentar até há dias reunir todas as condições para estar presente na feira de S. João 2014 não conseguiu contudo estar presente.

O grupo encetará todos os esforços para estar presente em próximas edições da feira, e que irá iniciar já todo o processo burocrático que permitirá a sua deslocação aos Açores.
O grupo de amadores de Coruche, comandados por Amorim Ribeiro Lopes, é um coletivo consagrado habituado a grandes desafios. Será uma grande mais valia para a feira e colmatará a imprevista ausência do grupo mexicano de Matzatlan.

O Grupo de Forcados Amadores de Coruche fez a sua estreia oficial na praça de toiros das Caldas da Rainha, em 24 de Junho de 1971, numa corrida nocturna. Para além dos Forcados de Coruche pegaram também os do Montijo de António Sérgio, sendo lidado um curro da ganadaria do Sr. João Gregório (da Azinhaga). O primeiro Cabo do Grupo foi João Costa Pereira e a sua primeira formação foi a seguinte: Joaquim de Sousa, António Manuel Roberto, Luís Tomaz, Vital Malta, Jorge Gomes, Afonso Grilo, António João, Alberto Caçador, João Felismino e Victor Tomaz. De salientar que todos estes Forcados eram naturais e residentes em Coruche. Desde da sua formação, o G.F.A. Coruche teve cabos, que dentro das suas potencialidades conseguiram que o grupo tivesse uma actividade regular. Nomes como João Costa Pereira (Cabo fundador), José Tadeia, António Tabacão, Francisco Tomaz, Alberto Simões, Vítor Tomaz, José Ribeiro da Cunha e Jesuino Mesquita foram até ao dia 17/08/2001 os nomes que tiveram ligados ao destino do GFAC. Em 2001 coube a Amorim Ribeiro Lopes comandar o GFA de Coruche, até aos dias de hoje..

Conferência: "Padilla - O Céu pode esperar..."

 
 
"Padilla - O Céu pode esperar..." é este o título de uma conferência sobre o toureiro Juan José Padilla que irá decorrer no próximo sábado dia 14 de Junho no auditório da Escola Tomás de Borba em São Carlos. Esta conferência tem entrada gratuita e desde já a T.T.T. convida todos os aficionados e público em geral a estarem presentes nesta palestra.
 
Esta palestra aborda toda a vida de Juan José Padilla (matador de toiros que estará presente nas Sanjoaninas 2014), com especial destaque para a superação da tremenda colhida sofrida em Saragoça em 2011 e que lhe provocou lesões de visão e nervosas que graças à capacidade de superação do matador de Jerez não lhe impediram continuar a sua atividade.
Uma conferência a não perder e que exige a sua presença

"Ilha Terceira - O Lugar Atlântico do Toiro" - lançamento a não perder

 
"Ilha Terceira - O Lugar Atlântico do Toiro" é o título de um livro da autoria de José Paulo Lima (texto) e Edgardo Vieira (fotografia), que será lançado, amanhã à noite, em Angra do Heroísmo, publicado pela BLU Edições.
José Paulo Lima disse ontem ao DI que o livro tem como figura central o toiro da Terceira e faz uma abordagem as diferentes vertentes que contribuem para a sua importância em termos sociais, económicos e culturais para a ilha.
"Não se trata de um livro destinado a pessoas entendidas na matéria ou aficionados, mas sim para todos aqueles os que pretendem saber mais sobre as particularidades do toiro da Terceira.
Ao longo de mais de uma centena de páginas com textos e fotografias, o livro apresenta os diferentes aspetos históricos que estão na origem do surgimento do toiro na Terceira há mais de quatro séculos, para além de outras vertentes como a ligação dos animais ao meio ecológico envolvente.
Por outro lado, o livro aborda o ciclo de vida do toiro desde o nascimento na ganadaria até à altura da lide na praça ou nas touradas à corda.
Tendo em conta a sua formação como médico veterinário, José Paulo Lima tem estado em contato com a realidade do meio taurino terceirense.


Realidade por conhecer
No prefácio do livro "Ilha Terceira - O Lugar Atlântico do Toiro", Adolfo Lima realça o facto de haver pouca informação sobre as origens do gado bravo na ilha antes do final do século XIX.
Sendo assim, considera que é difícil precisar as condições em os animais foram evoluindo nos "matos" ao longo dos séculos.
"É importante referir que é bastante pobre a literatura portuguesa, e ainda mais açoriana, sobre os temas relacionados com o toiro bravo, com a sua criação, melhoramento genético e maneio, contrariamente ao que se verifica na vizinha Espanha", refere Adolfo Lima.
Adianta que "os ganaderos dos primeiros tempos não tiveram a preocupação de deixar por escrito as origens dos seus toiros e, muito menos, os seus métodos de seleção".
Adolfo Lima refere, ainda, "nos tempos recentes, essa situação mudou muito pouco".
Numa referência à iniciativa de José Paulo Lima e Edgardo Vieira, o autor do prefácio confessa que "já tinha perdido a esperança que este livro pudesse aparecer, pois é necessário, diria mesmo indispensável".
Para Adolfo Lima, o livro realça bem o papel dos diferentes agentes da festa brava em que os animais surgem num lugar de destaque porque são eles "o princípio e o fim de toda a atividade taurina", quer na tourada à corda ou na praça.

A arte de Tiago Pamplona


Oriundo de uma família com tradições na tauromaquia terceirense, Tiago Pamplona desde cedo que despertou para as atividades relacionadas com essa atividade.
"Na minha família, o meu avô (Raúl Pamplona) sempre teve cavalos e foi criador de gado manso e bravo e o meu pai (João Carlos Pamplona) também foi cavaleiro, por isso desde muito novo que tenho interesse por estas atividades", referiu.
Como é habitual com os aspirantes as cavaleiros tauromáquicos, começou com os treinos com os cavalos e "tourinas" e depois com vacas até apurar a técnica com gado bravo.
Fez a sua estreia como cavaleiro amador na Tourada de Estudantes, no Carnaval de 1998, em que lidou um animal da ganadaria de Humberto Filipe, tendo começado, três anos mais tarde, a lidar touros "a sério".
A 17 de junho de 2006, durante a primeira corrida da Feira Tauromáquica do Atlântico, integrada nas Sanjoaninas desse ano, recebeu a alternativa como cavaleiro profissional na Praça de Touros da Ilha Terceira, tendo como padrinho o cavaleiro Joaquim Bastinhas.
As crónicas dessa corrida marcante para o percurso de Tiago Pamplona como cavaleiro, publicadas na imprensa e na internet nessa altura, são positivas, sobretudo as referentes à lide do primeiro touro, um exemplar da ganadaria de Samuel Lupi.
"A alternativa é o momento mais importante da carreira de um cavaleiro tauromáquico. Foi um dia muito especial porque, para além de ter como padrinho Joaquim Bastinhas, que também tinha apadrinhado a alternativa do meu pai, o meu avô foi o diretor dessa corrida e toda a minha família esteve comigo na praça. Vivi esses momentos com grande ansiedade e alegria", afirmou.
Depois desse momento que marcou o início do seu percurso como cavaleiro profissional, Tiago Pamplona já participou em diversas corridas na Terceira e noutras ilhas, continente, Estados Unidos e Canadá.
Quando solicitamos para indicar qual a corrida que o marcou mais como cavaleiro para além daquela em que recebeu a alternativa, refere que "todas elas foram importantes".
"Encaro as corridas sempre da mesma forma e com uma grande vontade de triunfar, por isso é difícil dizer de quais tenho melhores recordações", disse.
Desde que recebeu a alternativa há oito anos, Tiago Pamplona tem-se apresentado em diversas praças com um estilo próprio que é marcado pela influência da tradição portuguesa do toureio equestre.
"Tenho agora um toureio mais maduro e pausado do que tinha no início da minha carreira, mas às vezes as coisas não correm bem, porque nem sempre o toiro nos deixa brilhar como queremos ou os cavalos não colaboram. Existem vários fatores que podem determinar o resultado de uma lide", adiantou.
Autodefine-se como um cavaleiro "clássico" que procura fazer a lide de acordo com as características de cada touro ou do cavalo.
A vida de um cavaleiro tauromáquico durante o defeso (inverno) é marcada pelos treinos e trabalho com novos cavalos e durante os meses de verão surgem então as rotinas relacionadas com a preparação das corridas.
Nesta altura, Tiago Pamplona prepara-se para se apresentar no próximo dia 21 deste mês na Praça de Touros da Ilha Terceira na primeira corrida da Feira Taurina de São João, que se realiza no âmbito das Sanjoaninas 2014.


Insularidade dificultaPor outro lado, assegurou que o facto de ter optado por permanecer na Terceira tem algumas desvantagens no que se refere ao acesso ao meio dos espetáculos taurinos a nível nacional.
"Já fiz corridas no continente em que levei os meus cavalos, mas isso significa um grande investimento em transportes. Também já toureei com cavalos emprestados, mas nesse caso nunca é a mesma coisa, porque não nos sentimos confortáveis com a responsabilidade de haver algum problema com os animais", afirmou.
Existem cada vez mais novos valores na tauromaquia a nível nacional, por isso Tiago Pamplona reconhece que "a competição é cada vez maior", mas acredita que pode conquistar o seu espaço com as suas qualidades.


in Diário Insular

Reportagem:Hélio Vieira
Fotografia: António Araújo

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Touradas no telemóvel

Samuel Valente, Tânia Costa e Nuno Silveira são três jovens terceirenses que decidiram criar uma aplicação móvel, de nome “Wey Touro”, cuja finalidade é seguir a calendarização de todas as touradas à corda da ilha Terceira.
 
O objectivo deste trio designado por “Purpled Web Concepts” - um projeto que se iniciou há cerca de um ano -, era desenvolver uma ferramenta que pudesse ser vista como um “produto moderno e açoriano”.
 
“Cada vez mais vão aparecendo produtos ‘made in azores’ nos mercados nacionais, no entanto a área tecnológica ainda não foi muito explorada. Tendo em conta a crescente utilização de dispositivos móveis como smartphones e tablets, decidimos contrariar este défice no mercado desenvolvendo um aplicação móvel que sirva como guia base para todas as touradas à corda que passam pelas ruas da ilha Terceira”, explica ao nosso jornal, Samuel Valente, mestre em engenharia informática, da Vila das Lajes, referindo que “esta foi uma aposta nossa, uma aposta de risco porque o desenvolvimento de um produto destes envolve muita dedicação, muito tempo e tem custos”.
 
“Mas até agora temos tido um feedback bastante positivo, até por se tratar de um tema pelo qual os terceirenses tendem a querer estar bastante informados”, salienta Nuno Silveira, técnico informático, de Santa Luzia da Praia.
 
Na prática, a aplicação fornece um mecanismo de filtragem de touradas à corda, por concelho, na qual o utilizador poderá pesquisar pelos eventos nos seus locais favoritos ou na ganadaria da sua preferência.
 
Planos não faltarão a esses jovens que, de momento, dizem pretender dar continuidade à divulgação da “Wey Touro” no sentido de ampliar o maior número possível de utilizadores.
“Pretendemos também disponibilizar uma versão para a plataforma iOS para podermos chegar a utilizadores que possuem iPads e iPhones. Poderemos também analisar a viabilidade de tornar a aplicação multilingue para podermos dar resposta a utilizadores estrangeiros que visitem a nossa ilha”, adianta Tânia Costa, engenheira informática, de Santa Cruz.

Fonte:
Jornal da Praia

domingo, 1 de junho de 2014

Promover e não banalizar - Touradas à Corda

O mundo de hoje é cada vez mais estilizado, fruto de uma globalização que reina com poder ascendente sobre a sociedade. Já nem as fronteiras físicas são importantes. Parece ter-se perdido a noção de que, é a diversidade que permite a unicidade da sociedade em que vivemos. A frase parece contraditória, mas se pensarmos, é o “diferente” que desperta a atenção dos povos e os faz querer conhecer os “vizinhos” e os seus costumes. Quando tudo é igual, fruto dessa globalização, deixa de ter interesse a cultura dos outros. Deixa de o ter porque, simplesmente é aniquilada e deixa de ser um factor diferenciador.
 
Se nos focarmos na tradição cultural, propriamente dita, esta corre também o risco de ser ferida de morte por aqueles que a vivem e querem manter. Não é possível defendermos aquilo que é nosso, contra as “invasões exteriores de cabeças iluminadas e donas da verdade”, quando nós próprios, os verdadeiros guardiões, usamos gasolina para apagar os fogos resultantes de tais acções externas.
 
Não é aumentando o número de eventos que os vamos preservar. Quantidade não é necessariamente sinónimo de vitalidade e qualidade. Não é afirmando: “interessa é que o povo se divirta e faça as que lhe apetecer”, que vamos solidificar uma manifestação cultural. É necessário promover, mas não banalizar. Há que cultivar, só assim se terá cultura. Se não percebemos nem sabemos qual a verdadeira razão da existência de determinada manifestação, não a podemos defender. Só percebendo e sabendo os “porquês”, poderemos respeitar o contexto sociocultural em que estamos inseridos. É este cultivo que permite criar anticorpos, de forma a serem debatidas e rejeitadas todas as ideias absolutistas, e desprovidas de conceito cultural, que o mundo e as mentes globalizadas, procuram fazer imperar. Por outro lado, num momento em que proliferam comentadores e “fazedores de opinião”, aquilo que muitas das vezes afirmam em defesa de uma manifestação, pode ter precisamente o efeito oposto.
 
As manifestações populares são isso mesmo: feitas pelo povo e para o povo! É esta a sua grande virtude. No entanto não podem ser uma espécie de “ópio do povo”. Este mesmo povo tem que as dominar, controlar e defender. Não se pode deixar entorpecer e ir seguindo na maré, de forma apática.
 
São estes pensamentos e uma espécie de “renovação de consciências” que devem estar presentes na mente de cada Terceirense, de cada Açoriano. São estas preocupações que devem andar, lado a lado, com a preocupação em relação a que géneros de comida se irão colocar na mesa no dia 1 de Maio. Como se irão receber os amigos? Quais os toiros que virão do mato? A que horas os vamos buscar? Já foi dito uma vez que Festa não é só diversão, dá trabalho fazer uma festa. Só assim se terá com certeza uma grande Tourada à Corda!
 
Bruno Bettencourt

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