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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ciclo de Tentas Comentadas 2016


Com o inicio do defeso, (re)começam as lides campestres na ilha Terceira, neste sentido, realizar-se-á a 10ª edição do Ciclo de Tentas Comentadas, uma organização conjunta que reúne a Tertúlia Tauromáquica Terceirense com as ganadarias participantes assim como as Juntas de Freguesia dos locais onde as mesmas se irão realizar. Importante veículo de aprendizagem e compreensão dos aspectos de selecção do gado bravo, este evento vem de encontro a um dos aspectos amplamente debatido no mundo taurino: a criação e formação de verdadeiros aficionados.

Este X Ciclo de Tentas Comentadas ocorrerá nos dias 22 e 23 de Outubro, nos tentaderos as Doze Ribeiras, (dia 22, às 11h00), Santa Bárbara (dia 22, às 17h00), Tentadero da Terra-Chã (dia 23, às 11h00) e na Praça de Toiros Ilha Terceira (dia 23, às 17h00).
Estarão em avaliação exemplares de Francisco Sousa, Rego Botelho, Casa Agrícola José Albino Fernandes e João Gaspar. Desempenharão função os Matadores Román e Alvaro Lorenzo, assim como os Picadores Simão Neves e José Faveira. A par desta tarefa campera, haverá actuação dos Cavaleiros Tiago pamplona e João Pamplona. Estarão também presentes o Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, assim como os Bandarilheiros da ilha Terceira. A comentar estará o crítico taurino Sr. Maurício do Vale.

Bruno Bettencourt

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Triunfo com “P” maiúsculo: Passanha, Pamplona e Pires

Uma praça cheia assistiu aos triunfos da ganadaria Passanha, do Cavaleiro João Pamplona e de Manuel Pires do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande. A Praça de Toiros “Ilha Terceira” acolheu desta forma mais uma edição da Corrida Concurso integrada nas Festas da Praia.

O curro era das ganadarias de Passanha (P), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) e Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER). Apresentou-se desigual em termos morfológicos, no entanto, ao nível do comportamento todos cumpriram sem criar grandes dificuldades aos Cavaleiros. A destacar o de Passanha lidado em terceiro lugar.

Três bons ferros compridos, cravados por António Telles, abriram praça e foram o mote para uma boa lide a dar vantagens ao exemplar ER (nº339, 419Kg). O toiro investia de pronto, mas revelou-se distraído. Apesar de diminuído da mão direita, não se negou à luta. O da Torrinha foi-lhe entrando pelos terrenos, consentindo a investida no momento das reuniões e templando o ímpeto do oponente. Utilizou apenas uma montada durante a lide. Frente ao segundo do seu lote (P, nº104, 556Kg) chegou mais às bancadas. Lidou com maestria, mostrando o porquê de ser o expoente máximo do classicismo equestre português. O toiro apesar de ter uma investida curta na reunião foi colaborando, crescendo em termos de comportamento. Destaque para os dois ferros curtos com que encerrou a lide.

A presença de Ana Batista começou de forma um pouco nervosa. Aliada à dificuldade de colocação dos ferros compridos, pareceu haver algum problema no arpão dos mesmos. A lide resultou irregular e desacertada, encontrando-se apenas no final da mesma. Mexeu pouco com o oponente (JAF, nº393, 483Kg) que não complicou a tarefa, ficando reservado mercê da falta de uma lide mais adequada. Frente ao ER (nº330, 442Kg) esteve bem melhor. Em plano ascendente, foi palmilhando terreno e entendendo o toiro que também foi melhorando de comportamento, apesar da tendência em tapar-se na reunião. Muito correcta nas cravagens e a fazer vibrar as bancadas com os dois ferros com que encerrou a sua prestação.

João Pamplona agarrou a assistência logo na cravagem comprida. Sempre muito comunicativo, não tardou em ter as hostes do redondel angrense do seu lado. O toiro (P, nº118, 505Kg) foi-se alegrando ao longo da lide investindo de pronto e de forma franca. O Cavaleiro da Quinta do Malhinha esteve correcto na generalidade dos curtos. A cada cravagem faziam-se ouvir as bancadas, estando assim aberto o caminho para o triunfo. Destaque para a forma como escolheu os terrenos e para a forma como se adornou nas bregas. Apesar de menos emotiva, a lide frente ao JAF (nº365, 428Kg) também conquistou a preferência do público. Uma lide mais serena e igualmente eficaz, diante de um oponente que se prestou bem à luta investindo sempre que lhe era pedido. Uma nota positiva para o facto de em nenhuma das lides se ter deixado levar pela euforia do triunfo, não acedendo aos típicos “mais um”, quando se preparava para sair da arena.

O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa revelou alguma ineficácia técnica na sua presença em terras açorianas. Duarte Mira pegou à segunda sem dificuldades, após uma primeira tentativa em que esteve mal na cara do toiro. Pedro Gil fechou-se à segunda com uma boa pega, depois do toiro lhe ter metido mal a cara na primeira vez que lá foi. João Galamba esteve precipitado na cara do toiro à primeira tentativa, agarrando o toiro a sesgo e à meia volta após três ensejos que apenas serviram para o brutalizar fisicamente. Pelo Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande pegou César Pires que se fechou bem à primeira, sem dificuldade. Luís Valadão, também à primeira, efectuou uma grande pega à córnea e a fechar o espectáculo, Manuel Pires fechou-se à primeira naquela que foi a pega da noite. Aguentou um derrote por alto e nunca mais largou o toiro que teimava em levá-lo para fora do grupo. Destaque para o primeiro ajuda que foi fundamental na realização da pega.

Dirigiu a corrida, com critério, Carlos João Ávila sendo assessorado pelo médico-veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou, de forma eficaz, a banda da Sociedade Progresso Lajense.

O júri constituído por António Lopes, António Rijo e Duarte Bettencourt, decidiu:
- Melhor lide a cavalo: João Pamplona (lide ao 3º da ordem)
- Melhor Pega: Manuel Pires (GFARG)
- Melhor Apresentação: Passanha (nº104, 556Kg) lidado em 4º lugar
- Melhor Toiro: Passanha (nº118, 505Kg), lidado em 3º lugar

Bruno Bettencourt
Foto: António Valinho

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Passanha em vez de João Gaspar nas Festas da Praia


A Organização da Corrida das Festas da Praia emitiu um comunicado onde indica que na referida Corrida Concurso de Ganadarias, que decorre no dia 01 de Agosto, às 18h30, na Praça de Toiros "Ilha Terceira", serão lidados dois toiros Passanha ao invés dos anunciados exemplares de João Gaspar. Segundo a referida missiva, tal substituição deve-se ao facto de ter morrido um dos exemplares de quatro anos da divisa terceirense.

No mesmo documento é referido que "as pessoas que já adquiriram bilhete e que, devido a esta alteração, não queiram assistir ao espectáculo, poderão devolvê-lo e ser ressarcidos, nos locais de venda de bilhetes."

O cartel é composto pelos Cavaleiros António Telles, Ana Batista e João Pamplona. As pegas estarão a cargo dos Grupos de Forcados Amadores do Ramo Grande e Amadores de Lisboa. Em praça, estarão presentes dois toiros de três ganadarias distintas, nomeadamente Passanha, Casa Agrícola José Albino Fernandes e Herdeiros de Ezequiel Rodrigues.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Video resumo da terceira corrida da Feira de S. João 2016


Aqui fica o video com o resumo da terceira corrida da Feira de São João:


“Casas comigo? Vai por ti!” – Crónica da terceira da Feira de S. João

A Corrida comemorativa do 50º aniversário da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (TTT) decorreu agradável na generalidade. Na Praça de Toiros “Ilha Terceira” lidaram-se toiros da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) e de João Gaspar (JG) numa tarde fresca que ameaçava chuva.

O primeiro da tarde (JG, nº19, 429Kg) saía bem ao cite e empregava-se, no entanto foi-se reservando no final da lide, mercê de uma aparente lesão na mão direita. Gilberto Filipe aplicou-lhe uma lide correcta a procurar dar vantagens, mas sem aquecer a assistência e a passar quase despercebido com cravagens menos conseguidas. Com o quarto da ordem (JAF, nº415, 469Kg), o Cavaleiro de Alcochete esteve igual. Procurou sacar alguma coisa do oponente que se mostrou distraído e que investia com a cara alta, mas a lide não passou além da arena, não deixando de ser agradável apesar da pouca história.

O segundo toiro da tarde (JAF, nº404, 515Kg) estava muito bem apresentado e foi recebido à porta dos curros por Marcos Bastinhas. O ginete tirou partido da investida pronta do oponente e após dois ferros compridos de praça a praça, cravou um ferro curto da mesma forma. Uma boa lide a fazer vibrar o público angrense pela particularidade de ter efectuado as cravagens de um ferro de palmo e de dois pares de bandarilhas logo após o primeiro curto. O nº 413 JAF (410Kg) era pequenote, mas o Cavaleiro de Elvas esteve grande. O toiro investia de largo e dava boa réplica de si. A lide foi em crescendo tendo sido baseada em batidas ao piton contrário. Terminou a sua passagem triunfal pela Feira de S. João com mais um par de bandarilhas de frente.

João Pamplona recebeu um toiro cornalão (JG, nº12, 513Kg) que havia estado anunciado para a Corrida Concurso do dia anterior. O toiro saía de pronto mas parava-se na reunião, carregando pouco. João esteve ao seu jeito, a mostrar querer e a procurar o triunfo, chegando de boa forma às bancadas. Esteve correcto na preparação das sortes e na brega, no entanto terá usado velocidade a mais no momento das cravagens. O sexto da tarde (JAF, nº411, 484Kg) foi sem dúvida o melhor toiro da corrida. Tinha pata e deu luta investindo com codícia e vontade. João Pamplona esteve a gosto, mais sereno. Mexeu-lhe os terrenos e tirou partido das condições que tinha por diante. Terminou uma boa lide com o bom ferro curto a esperar e a cravar como mandam as regras.

Os forcados eram do Grupo de Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e do Grupo de Amadores de Turlock (GFAT) que este ano celebra 40 anos de existência e de perpetuação da cultura portuguesa em terras californianas. Abriu praça Carlos Vieira (GFATTT) que se fechou à primeira sem dificuldades. João Salvação (GFAT) que se apresentou fardado pelo grupo americano, pegou à quarta tentativa, mercê de cites um pouco precipitados e de falta de ajuda do grupo. Tomás Ortins (GFATTT) mostrou raça e pegou à primeira ao aguentar-se na cara do toiro, ainda que tivesse ficado com as pernas penduradas num dos pitons. David Sanchez (GFAT) pegou à primeira com valentia. Não fora o seu querer, a falta de grupo poderia ter prejudicado a concretização. João Silva (GFATTT) teve dose dupla. Brinda à namorada e pede-lhe em casamento para depois se fechar à primeira na cara do toiro, esteve muito bem o grupo a ajudar. Concretizada a pega, recebeu o desejado “Sim!” e a consequente ovação dos presentes. Fechou a tarde/noite George Martins (GFAT) com uma grande pega a mostrar técnica e a aguentar um derrote por cima. Uma vez mais valeu ao grupo a eficácia do forcado da cara.

Um reparo para o facto de não terem sido acesos os holofotes da praça. João Pamplona lidou o sexto da ordem quase às escuras.

Dirigiu a corrida Carlos João Ávila, tendo sido assessorado pelo médico-veterinário Vielmino Ventura. Abrilhantou a Corrida a Banda Filarmónica Lira Açoriana de Livingston (Califórnia). No intervalo foi descerrada uma lápide, no interior da praça, de forma a assinalar o 50º Aniversário da TTT.

E termina assim a Feira de São João de 2016!

Bruno Bettencourt
Foto: António Valinho

domingo, 26 de junho de 2016

Video resumo da Corrida Concurso de Ganadarias da Feira de S. João 2016


Aqui fica o video com o resumo da Corrida Concurso de Ganadarias da Feira de São João:

“Oceano” de bravura – crónica da segunda da Feira de S. João

A sair de largo ao cite, pleno de codícia, investida vibrante e sonora que se prolongou até ao final. Foi assim o “Oceano” da ganadaria de Francisco Sousa (nº2, 454Kg). O ferro mais antigo da ilha Terceira fez a sua estreia em corridas oficiais da forma mais auspiciosa! Antiguidade de 25 de Junho de 2016 que fica assim registada com a melhor das recordações. E dele tirou partido Marcos Bastinhas. Uma lide superior com cites de praça a praça a galvanizar a assistência. O toiro deu-lhe tudo e ele tudo agarrou. Sortes plenas de verdade e emoção. Desnecessária a volta á arena acompanhado de duas das montadas. 

Mas voltemos à ordem cronológica da “Corrida Concurso de Ganaderias” inserida na Feira de São João 2016. No início das cortesias fez-se um minuto de silêncio em memória de Mestre David Ribeiro Telles.

Gilberto Filipe enfrentou um bonito exemplar de Juan Pedro Domecq (nº125, 460Kg). O toiro apesar de parecer mostrar alguma querença, respondia bem ao cite e foi colaborante. Filipe mostrou que estava para triunfar e esteve correcto na abordagem das sortes e nas escolhas dos terrenos. Destaque para o quarto ferro curto. O segundo do seu lote era da Casa Agrícola José Albino Fernandes (nº397, 503Kg). Um toiro muito em tipo da ganadaria e a entregar-se, investindo de pronto. O Cavaleiro andou um pouco aquém da sua primeira lide. Apesar de lidar de forma correcta, prolongou para além do aceitável. É verdade que há um tempo regulamentar de lide, mas não é cravar em quantidade que conta.

Tiago Pamplona mostrou o toureio que lhe corre nas veias. Celebra 10 anos de alternativa e os anos vêm mostrando o seu valor. Lidou um exemplar de Murteira Grave (nº42, 434Kg) que de início parecia estar diminuído em termos de visão. Foi-se fixando ao longo da lide indo ao cite e cumprindo. Tiago lidou a gosto, muito correcto nas cravagens e na brega, chegando ao público. Um boa lide marcada pelos 2º, 3º e 4º ferros curtos. Era da ganadaria de João Gaspar (nº15, 573Kg) o segundo do seu lote. O murube era volumoso e colaborante, investindo quando lhe era exigido. O Marialva da Quinta do Malhinha superou-se e preparava-se para rubricar uma lide triunfal. Três bons ferros curtos a dar vantagens e a tirar partido das boas condições do oponente. Por azar o toiro havia de se lesionar num dos membros, obrigando a abreviar a lide.

Voltando a Marcos Bastinhas, esperou à porta dos curros o nº35 (567Kg) de Rego Botelho. O toiro não dificultou, no entanto era tardo a sair ao cite. Bastinhas foi palmilhando a lide sempre em crescendo até conseguir agarrar a assistência. Compreendeu bem as necessidades do toiro e cravou entrando em terrenos de compromisso. Encerrou com um par de bandarilhas em terrenos de dentro.

Nas pegas estiveram em competição o Grupo de Forcados Amadores de Santarém (GFAS) e o Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT). Pelo GFAS saltaram à arena David Inácio que se fechou à córnea ao primeiro intento com o grupo a ajudar bem, João Brito que pegou à terceira com ajudas carregadas após ter sofrido violentos derrotes nas tentativas anteriores e o Cabo João Grave que se fechou à primeira com uma boa pega a mostrar técnica e valor. Pelo GFATTT abriu praça Helénio Melo que realizou uma grande pega à primeira aguentando derrotes e a aguentar-se bem fechado, João Pedro Ávila à primeira fechou-se com toda a sua experiência sendo levado até às tábuas e aguentando a violência dos embates, Luís Cunha pegou à segunda com uma boa pega após ter sido derrotado na tentativa anterior.

Dirigiu a corrida o estreante director Rogério Silva, antigo Bandarilheiro, sendo assessorado pelo médico-veterinário José Paulo Lima. Abrilhantou a Banda da Sociedade Musical da Terra-Chã.

No final o júri deliberou:
- Melhor Lide a Cavalo: Marcos Bastinhas (pela lide ao 6º da ordem) 
- Melhor Pega: João Pedro Ávila (GFATTT)
- Melhor Apresentação: “Espia”, nº125 da ganadaria de Juan Pedro Domecq
- Melhor Toiro: “Oceano”, nº2 da ganadaria Francisco Sousa

Bruno Bettencourt
Foto: António Valinho

sábado, 25 de junho de 2016

Video resumo da primeira Corrida da Feira de S. João 2016


Aqui fica o video com o resumo da primeira corrida da Feira de São João:


Leal de novo – crónica da primeira da Feira de S. João

A Feira de S. João de 2016 em Angra do Heroísmo, já começou! No dia 24 de Junho, pelas 18h30, iniciaram-se as cortesias do anunciado “Grandioso Espectáculo” com os Matadores Daniel Luque, Juan Leal e José Garrido. Lidaram-se novilhos de Rego Botelho, bem apresentados e morfologicamente muito em tipo da ganadaria.

Daniel Luque recebeu com o Capote, desenhando uma série cingida de Chicuelinas. Com a Muleta, provou o oponente por ambos os lados, no entanto baseou a lide na mão direita. O nº57 (450Kg, RB) não se negava à luta, no entanto foi ficando em curto, revelando sempre bastante aspereza ao derrotar no engano. Luque mostrou o seu toureio, pena que não tivesse havido mais nobreza por parte do novilho. Com o “Descornado” (nº64, 462Kg, RB) esteve num patamar superior ao anterior. O borralho tinha recorrido e nobreza de investida. No início da lide abriu a unha do membro anterior esquerdo, mas isso não foi impedimento para a sua investida continua. O Matador de Gerena armou taco e com a muleta conseguiu chegar às bancadas. Duas séries de Derechazos templados e profundos, marcaram uma lide em crescendo que terminou com Luquesinas. Apesar do desempenho artístico e da entrega, a segunda volta à arena não teve cabimento.

Juan Leal já goza de grande popularidade entre a afición terceirense. Por vários momentos vem à ilha Terceira e, aliado a isso, já começa a perceber a receita ideal para agarrar o triunfo em terras atlânticas. Entrega e dedicação são dois pontos fundamentais. Se assim o sabe, assim o executou diante do “Lagunero” (nº53, 506Kg, RB). O hastado tinha muito boas condições de lide. Investida longa (que veio a ficar em curto) nobreza e entrega. Foi recebido por Cordobinas às quais se seguiram as sempre vistosas Zapopinas que chegaram aos sectores. Com a Muleta recebeu o oponente pelas costas para depois seguir toureando pela direita, baixando a mão e templando a gosto. A cada cite foi fechando o compasso e dando cada vez mais plasticidade à função. No final desta lide triunfal, sofre uma voltareta quando simulava a morte e, após ter embatido no solo, perdeu a noção de espaço e equilíbrio, mas sem consequências de maior. A sua segunda lide diante do nº58 (526Kg, RB) tem pouca história. O novilho lesionou-se num dos membros anteriores e foi recolhido. Fica o destaque dos dois pares cravados pelo Bandarilheiro João Pedro Silva que agradeceu de Montera em mão.

Para José Garrido estava anunciado o nº65 (530Kg, RB). O novilho pouco depois de ter saído nos curros embateu violentamente num burladero, tendo lesionado a medula e caído praticamente morto. Saiu então o sobrero (nº51, 484Kg, RB). O novilho era bisco e cumpriu bem o que lhe era pedido. Foi recebido de joelhos com uma Larga Cambiada seguindo-se uma série de Verónicas. Com a muleta Garrido esteve eficiente, no entanto as séries resultaram pouco ligadas, mercê da aparente falta de força do novilho. O Matador deveria ter dado mais espaço ao oponente. O toureio quer-se cingido, mas nem sempre é possível. Ainda assim o jovem Matador mostrou querer, numa lide que resultou agradável. O nº55 (530Kg, RB) que lidou em segundo lugar veio destoar um pouco o comportamento dos irmãos de camada. Saía solto das sortes não permitindo a conexão necessária. O Matador começou por prová-lo por ambos os lados, e procurou ligar-se. Já perto do final da lide, o novilho lesionou-se num dos membros e teve que ser recolhido.

Destaque ainda para Gonçalo Toste que tomou a Alternativa de Bandarilheiro Professional.

Duas considerações finais que se impõe: à vista fica a ideia que o piso da arena da Monumental Ilha Terceira está demasiado solto. As lesões verificadas nos animais poderão estar relacionadas com tal facto, uma vez que as mesmas ocorreram sempre durante investidas circulares em que os novilhos ficavam com os membros presos na quantidade abundante de piso solto.
É urgente que quem está na trincheira perceba que não se pode movimentar de ânimo leve durante as lides. Existem burladeros na trincheira para que as pessoas se coloquem ou, caso não exista espaço, encostem-se à parede. Não se percebe como é que não se toma uma atitude em relação a quem está na trincheira, sem saber lá estar.

Dirigiu a corrida, com critério, Carlos João Ávila, tendo sido assessorado pelo médico-veterinário Vielmino Ventura. Abrilhantou (e bem!) a Banda da Associação Cultural do Porto Judeu. Assim se mostra que as bandas estão presentes para acompanhar o espectáculo no plano certo, não para se sobrepor sonoramente a todo o resto.


Bruno Bettencourt
Foto: António Valinho

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Feira de S. João 2016 - Começam hoje as corridas!!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

62 anos de duro trabalho no mato - José Pires foi um exímio pastor

Hoje vamos dedicar uma humilde mas justa homenagem póstuma a uma figura que, embora falecida há 20 anos, deixou marcas profundas ao serviço da tauromaquia terceirense, pelo que jamais a afición o esquecerá.
Trata-se do velho pastor José Pires que nasceu em 1913, vindo a falecer em 1996, com 83 anos de idade. Sempre viveu na sua casa ali à Fonte Faneca, na Terra chã, hoje propriedade da filha Maria Alice e do marido António Nanques.

Para os mais novos, é bom que saibam o quanto difícil era a vida para uma grande maioria da população. José Pires embora filho de gente humilde e trabalhadora, mas numerosa, teve de se lançar ao trabalho apenas com 9 anos de idade, no difícil e duro ambiente do mato, começando com trabalhos à medida da sua idade e, mais tarde, como trabalhador e pastor na ganadaria de Patrício de Sousa Linhares, na década de 30.
Alguns anos depois foi trabalhar com gado manso e bravo do ganadero José de Castro Parreira, vindo a exercer também as funções de pastor da corda e pouco tempo dapois juntou-se a de maioral, durante 35 anos, ou seja até 1971, altura em que os herdeiros de Castro Parreira (que havia falecido em Abril de 71) acabaram por vender todo o gado bravo, em Novembro desse mesmo ano, ao ganadeiro José Albino Fernandes, ele reformou-se.

José Pires cuidava do gado com tal carinho e mestria como se sua fosse a ganadaria. Adorava e bastava-lhe um dos cavalos (em especial o célebre e inteligente cavalo branco) e dois cães, domesticados à sua maneira, para sozinho separar e tratar das várias dezenas de toiros, ao ponto do patrão lhe dar todos os poderes de decisão na forma como ele se empenhava responsavelmente nos cuidados e bem-estar dos animais, nos 365 dias de cada ano.
Cioso dos "seus" toiros, José Pires, de certo modo severo, no comando da corda, era no entanto homem de colaborar com os capinhas, desde que estes lhe mostrassem boas intenções de respeito no lidarem com os animais. Caso contrário, quem tentasse amesquinhar de qualquer forma o toiro no "bota abaixo", podia contar que, naquele ou num outro dia, era certo que provaria a "sopinha de corno". Enfrentou, por isso, alguns problemas, mas nunca acobardava nas suas intenções de defesa intransigente dos "seus "toiros.

Trabalhou e cuidou de toiros poderosos, bravos e com história - e sentia-se orgulhoso - entre os quais, por exemplo, o primeiro e fabuloso semental, com o nº 102 e alcunha de Rabão, adquirido pelo patrão Castro Parreira ao Dr. Emídio Infante e que viria a deixar boa semente para o reconhecido êxito da ganadaria terceirense e, por outro lado, o famoso toiro "Descornado", de grande bravura e nobreza, filho do "toiro da velha" e neto materno do já citado Rabão, nº 102. Pois este "Descornado", nascido em 1951 e que viria a morrer perto de 1970, deu 11 corridas à corda e raro foi o dia em que não colhia capinhas, com destaque para uma corrida no Porto Martins a 21 de Setembro de 1955, em que fez seguir para o hospital 10 capinhas com braços partidos e cabeças prontas para receber "gatos" (segundo o cronista Ricardo Jorge no seu livro "Outras Tauromaquias"). Na Praça de S. João actuou por 5 vezes, destacando-se uma das corridas organizadas pelo SC Lusitânia, em 1956, onde brilhou, como de costume, ao ser toureado pelo cavaleiro amador José Albino Fernandes, com 4 ferros, e levou como seu brega Valdemar Silva e pegado pelo valente forcado Joaquim Simões.

Segundo ainda Ricardo Jorge (rip), o "Descornado" foi dos toiros que teve mais filhos. Durante os anos de 58 a 67 em que exerceu as funções de semental, enriqueceu a ganadaria de Castro Parreira com 71 machos e 65 fêmeas.
Mas José Pires foi um homem que lidou com muitas personalidades ligadas aos toiros, colhendo daí muitos ensinamento, de entre os quais, do popular e muito conhecido e conhecedor José da Lata, com quem chegou a andar à corda. Foi grande amigo do António Patrício, com quem muito discutiram sobre toiros, apesar de serem severos rivais quanto às ganadarias (J.Castro Parreira e José Dinis Fernandes respectivamente).
Teve muitos colegas da corda, dos quais nos lembramos de António Fraga, do Valdemar Pires (a viver na Califórnia) e filho do homenageado (os três no comando da corda), o Manuel Coutinho, o Luís Patrício, o João Corvelo, Manuel Trovão, da Ribeirinha, José Queijinha, do Posto Santo, João Quinteiro, da Terra chã, o filho do Lourenço etc..

Concluímos com uma palavra de agradecimento ao nosso bom amigo AntónioNanques, grande aficionado e genro de José Pires, com quem (diz) muito aprendeu; e à esposa D.Maria Alice Pires, filha do homenageado, pelas preciosas informações, sem as quais não seria possível esta reportagem.

José Henrique Pimpão

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Espectáculo de Beneficência - Crónica

Depois da polémica, da indignação, do apelo à adesão e do aparente despertar da vontade terceirense, realizou-se, na Praça de Toiros “Ilha Terceira”, o anunciado Espectáculo de Beneficência a favor do Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira, pela investigação que desenvolve na área oncológica. O dia não estava convidativo mas, apesar disso, é pena que muitos dos indignados das redes sociais se tenham deixado ficar por aí… Pelas redes sociais e por casa. Meia praça a assistir ao evento provando ainda assim que: p’ra cá de duas horas de avião, mandam os que cá estão!

No que à parte artística diz respeito, existiram alguns momentos de interesse. Tiago Pamplona esteve bem diante de um novilho áspero e com pata (nº88, Rego Botelho-RB), mas que não complicou. O Marialva esteve sempre por cima do oponente, correcto nas cravagens, a entrar pelos terrenos e a tirar partido da colaboração do “Zangado” cuja presença e espírito toureiro, já não deixa a assistência indiferente.

João Pamplona esteve aquém do que lhe vem sendo hábito. O nº412 da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) estava bem apresentado e tinha codícia, cumprindo bem o seu papel na contenda. A lide ficou marcada pela pouca disponibilidade do cavalo “Manzanares”. A montada negou-se algumas vezes e atravessava-se no momento da reunião, resultando daí sortes aliviadas. Há dias assim! Nota positiva para o terceiro ferro curto a consentir a investida do toiro, apesar do toque na montada.

Javier Castaño voltou ao redondel angrense, numa altura em que se encontra a recuperar de tratamento oncológico. Lide de entrega a mostrar todos os seus recursos e a procurar sacar tudo o que havia no oponente, ainda que os passes resultassem com pouca profundidade. O nº390 JAF era escorrido e parco de forças, notando-se alguma dificuldade no membro anterior direito. Muitas vezes ficou caído na arena, facto que prejudicou a lide. Fica a primeira série pela direita, até à queda do oponente e o bom par de bandarilhas cravado por Jorge Silva.

Julio Benítez “El Cordobés” tentou tirar água do poço, mas o nº430 JAF foi-se secando. Recebeu com uma Larga de joelhos em terra e uma bonita série de Verónicas bem templadas. Diogo Coelho deixou um bom par de bandarilhas e a história da lide ficar-se-ia por aí. Com a muleta viram-se passes desligados, variados e uma série pela esquerda. Pouco mais havia a fazer.

O nº70 RB era descomposto de cara e foi recebido no capote de António Nazaré com uma boa série de Verónicas. Ao quite, Dias Gomes brindou a assistência com uma série curta de Chicuelinas bem cingidas. Nas bandarilhas, destaque para o primeiro par de Gonçalo Toste. Nazaré ligou-se e conseguiu sacar algumas séries interessantes, destacando-se com a mão esquerda com que rubricou uma lide sóbria, mas eficaz, tirando partido do ímpeto do oponente, até este se “rachar” e abandonar por completo a luta e saltar por duas vezes a trincheira.

Manuel Dias Gomes lidou o novilho melhor apresentado (nº49 RB), no que concerne ao toureio apeado. Se a início o hastado demonstrou bons modos, logo foi ficando em curto mostrando-se distraído. Uma vez mais assistiu-se a uma lide com passes isolados, excepção feita a duas séries pela direita. O Matador procurou arrimar-se mas pouco mais lhe era permitido.

As pegas estiveram a cargo dos Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que, logo nas cortesias, mostraram que a aposta iria estar em elementos mais jovens. Francisco Matos estreou-se com uma pega à primeira, muito bem tecnicamente e sem dificuldades. Carlos Vieira saltou à arena para pegar o quinto da tarde, no entanto o novilho havia de derrotar alto no momento da reunião e o forcado ficou inconsciente após ser atingido na cara, saindo em maca. Na dobra esteve Tomás Ortins que, apesar do visível nervosismo no seio da formação e da demora na colocação do novilho, resolveu ao primeiro intento.

O espectáculo terminaria por aqui, no entanto, foi anunciado que El Cordobés se havia disponibilizado para lidar o sobrero. Sem certezas quanto aos regulamentos, penso que o evento deveria ter sido dado como finalizado e então depois se procederia à lide do referido exemplar.

O exemplar nº418 JAF foi dando boa conta de si. Disso tirou partido o diestro que traçou três boas séries pela direita, depois de ter conduzido o novilho, de joelhos em terra. El Cordobés mostrou raça e querer. Numa altura em que o novilho já procurava o vulto, cortando-se por dentro, o Matador decidiu prolongar a lide. Quando lidava novamente de joelhos, acabou por acontecer o que se previa, sendo colhido e ficando preso pela jaqueta à mercê do oponente, mas sem consequências. Terminou por Manoletinas.

Dirigiu a corrida Carlos João Ávila assessorado por José Paulo Lima, médico veterinário. Abrilhantou a banda da Sociedade Musical Recreio da Terra-Chã.

Bruno Bettencourt

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Comunicado - Forcados Amadores do Ramo Grande

Do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande foi recebido um comunicado que abaixo se transcreve:

"Caras e caros Jornalistas,
remetemos em anexo a carta que enviamos ao Sr. Director Regional da Cultura, na qualidade de coordenador da Comissão de Tauromaquia dos Açores, solicitando a revisão do regulamento tauromáquico e composição da comissão, tendo em conta que o representante dos Grupos de Forcados, Adalberto Belerique, não tem condições de nos representar depois dos actos da última assembleia-geral da Associação Nacional de Grupos de Forcados, onde esse senhor propôs a expulsão dos Forcados do Ramo Grande da referida Associação. Ora, não podemos ser representados por quem nos quer ver expulsos.

Mais grave do que isso são as razões invocadas para tal expulsão como, por exemplo, o facto de não ficarmos no local que nos estava destinada na Praça de Toiros da Graciosa. Tal não aconteceu porque estava um calor muito forte e com a autorização do grupo mais antigo em praça e do Director de Corrida mudámos de local, durante a Tourada.

Lamentamos estas atitudes do cabo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que em vez de unir os intervenientes na Festa, faz tudo para dividir.

Não confundimos a história de uma instituição tão importante, com atitudes mesquinhas que envergonham as várias gerações que ali trabalharam a favor da tauromaquia terceirense.

Com os melhores cumprimentos

O Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande


Oficio enviado:


Exmo. Sr. Director Regional da Cultura



Na última Assembleia Geral da Associação Nacional de Grupos de Forcados, o Cabo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense sugeriu que o Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande seja expulso da referida Associação, invocando algumas razões que não tem qualquer razão de ser e que já foram e serão esclarecidas nos locais próprios, como é o caso do processo que está a decorrer nessa Direcção Regional sobre uma violação grosseira da Lei na organização da última feira das Sanjoaninas.

É certo que o que se passa na referida Assembleia Geral não diz respeito, nem tem de ser tido em conta por V. Exa..

No entanto, o facto de o representante dos Grupos de Forcados na Comissão de Tauromaquia dos Açores ser o Cabo do Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, entendemos que depois do que defendeu na referida Assembleia Geral não tem condições para defender o nosso Grupo, nem nós nos sentimos representados por esse senhor.

Assim, solicitamos a V. Exa. que possa desenvolver as necessárias diligências de forma a permitir que o Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande se represente a si próprio na comissão de tauromaquia pelas razões acima enunciadas.



Grato pela atenção dispensada a este assunto



Com os Melhores Cumprimentos"

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Corrida das Festas da Praia - cartaz


Corrida das Festas da Praia 2016

Os cavaleiros António Telles, Ana Batista e João Pamplona vão abrilhantar a Corrida de Toiros das Festas da Praia 2016, que decorre no dia 01 de Agosto, às 18h30, na Praça de Toiros "Ilha Terceira".

As pegas deste ano estão a cargo dos Grupos de Forcados Amadores do Ramo Grande e Amadores de Lisboa, sendo estes últimos um dos grupos mais antigos do país, com diversas participações nas diferentes praças do mundo inteiro.
Em praça, estarão presentes dois toiros de três ganadarias distintas, nomeadamente a Casa Agrícola José Albino Fernandes, Herdeiros de Ezequiel Rodrigues e João Gaspar.

A corrida, organizada pelas Festas da Praia 2016, tem o apoio do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande e da Tertúlia Tauromáquica Praiense.
Para o vereador da Cultura, Tibério Dinis, “esta corrida vem enaltecer as Festas da Praia pela diversidade cultural que tem apresentado ao longo dos anos, superando as expetativas da população local e de todos os emigrantes que agraciam a Cidade com a sua presença”. “Outra das vertentes fulcrais à manutenção deste evento reside na sua sustentabilidade. A corrida de praça, orçamentada em 70 mil euros, decorre, anualmente, sem a utilização de dinheiros públicos, já que a receita corresponde à despesa, o que muito nos orgulha. A valorização da identidade praiense está patente em ações como esta”, explicou. “Este ano, a RTP Açores irá transmitir, em diferido, duas das touradas emblemáticas que constituem as maiores festas concelhias, designadamente a de Praça e a do Caminho do Cemitério, no sentido de garantir uma maior projeção da nossa cultura além-fronteiras”, referiu.

Filipe Pires, cabo do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande, acredita que este será um grande espectáculo taurino, demonstrando este ano uma maior aposta na promoção e valorização do toureio a cavalo. “Contamos com a presença de António Telles, considerado um ex-líbris da tauromaquia portuguesa; Ana Batista, que pela sua experiência nesta área é considerada também uma das mulheres mais conceituadas no país; e João Pamplona, cavaleiro local, representante de um casa com muita afición nesta terra. Na minha opinião, estão reunidas as condições para apresentar um espetáculo de excelência junto de quem nos visita”, referiu.

Para além de integrar a organização da corrida de praça, a Tertúlia Tauromáquica Praiense irá colaborar, em parceria com a Cooperativa Praia Cultural, na realização de três touradas à corda na Praia da Vitória. Nos dias 05, 06 e 07 de agosto estão previstas manifestações taurinas no Caminho do Cemitério, no areal da Praia dos Sargentos e também no areal da Praia Grande, respetivamente. A primeira conta com a participação de um toiro dos ganadeiros Casa Agrícola José Albino Fernandes, Herdeiros de Ezequiel Rodrigues, Rego Botelho e Humberto Filipe.
Na segunda estarão presentes seis vacas, que serão toureadas por Tiago Pamplona e João Pamplona. As pegas estarão a cargo do Grupo de Forcados do Ramo Grande e do Grupo de capinhas. Associam-se a esta corrida os ganadeiros João Gaspar, Ezequiel Rodrigues e José Albino Fernandes. A terceira corrida tem a participação de quatro toiros provenientes da Ganadaria Ezequiel Rodrigues.
Segundo Francisco Godinho, representante da Tertúlia Tauromáquica Praiense, “O conjunto de ações previstas para o mês de Agosto vem dinamizar a arte do toureio. Como tal, é fundamental esta união de esforços entre entidades, no sentido de manter a qualidade e os valores taurinos”.

A Corrida das Festas da Praia será acompanhada pela Filarmónica Progresso Lajense. Os bilhetes podem ser adquiridos, a partir de Junho, no Secretariado das Festas e na loja Atlantic Souvenir, situada na rua de S. João, n.º 85.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Espectáculo de Beneficência realizar-se-á

O Espectáculo de Beneficência agendado para dia 29 de Maio, na Praça de Toiros “Ilha Terceira” irá realizar-se.

Inicialmente, a organização do evento era partilhada pelo Núcleo Regional dos Açores da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRLPCC), o Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e a própria Tertúlia Tauromáquica Terceirense. Tendo em conta tudo o que foi dito e escrito nos últimos dias, em relação a este evento, a organização do mesmo, da qual já não faz parte o (NRLPCC), convocou uma conferência de imprensa  onde mostrou “manifesta surpresa e incredulidade” em relação às “declarações do Sr. Presidente da Direcção Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), não apenas pela demarcação que impunha à Liga relativamente à organização do evento, mas sobretudo pela rejeiçãoque aludia a uma manifestação cultural legal que tanto contribuiu já para esta instituição ao longo dos seus provectos 75 anos de idade.” A somar a tudo isto, recaiu uma proibição “sobre o NRLPCC e as alusões à participação deste na referida organização, terminando com a surpreendente medida de rejeitar a aceitação de qualquer donativo proveniente da mesma”. Ainda segundo a organização, “vivemos hoje numa época de intolerância e prepotência, na qual se confundem as convicções pessoais com os desígnios mais altos e altruístas de ajuda ao nosso semelhante.”

O comunicado continua, afirmando que “como o Sr. Presidente da Direcção Nacional da LPCC não é dono da vontade do povo da ilha Terceira em contribuir com o que de mais genuíno e representativo da sua essência como comunidade este tem para oferecer – a sua cultura – o espectáculo do dia 29 irá realizar-se, em tudo igual ao que foi anunciado, excepto o destinatário do donativo que, face à rejeição do Sr. Presidente da Direcção Nacional da LPCC, será reconduzido para o Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular, pela investigação desenvolvida na área oncológica, que agradeceu a iniciativa na pessoa do seu Director, o Sr. Dr. Jácome Armas.”
A organização fez questão de mostrar que não confunde a instituição LPCC, que “merece o mais profundo respeito pela luta que vem travando há 75 anos” com a atitude do seu presidente que “abusivamente a utilizou para, em seu nome, difundir ideias e convicções pessoais”. Por outro lado, aproveitaram para agradecer e apoiar publicamente o “Sr. Presidente do NRLPCC, Dr. Gonçalo Forjaz, pelo empenho e nobreza de carácter revelado em todo este processo.”.

No dia 29 de Maio de 2016, às 18h30, na Praça de Toiros Ilha Terceira será possível assistir às lides dos Cavaleiros açorianos Tiago e João Pamplona, ficando as pegas a cargo do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. No toureio a pé actuarão os Matadores Javier Castaño (ele próprio doente oncológico), Júlio Benitez “El Cordobés”António Nazaré e o português Manuel Dias Gomes. Ao nível ganadero o espectáculo oferece o confronto entre as ganadarias Rego Botelho e Casa Agrícola José Albino Fernandes.

O evento que conta com a participação graciosa de todos os artistas e ganaderos, que se associam assim a esta causa.

Bruno Bettencourt

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A respeito do Espectáculo de Beneficência...


Estava à espera de ver em que ia (ou vai) dar tanta confusão. Como é que alegam "[...] descuido, desatenção [...]"? Como é que se dá a "cara" e depois se desautoriza o Núcleo Regional nas redes sociais? Não falam internamente? A Liga Portuguesa Contra o Cancro não querer o nome associado a um evento taurino, é perfeitamente legítimo. O que não faz sentido é mudarem as coisas a meio do jogo. Não acredito que o Núcleo Regional não lhes tenha dado conhecimento.

As pressões do um mundo que caminha cada vez mais para a esterilização e plastificação de pensamentos e atitudes encarregaram-se de conduzir o rumo da situação. 
As verbas do evento estavam (ou serão) destinadas a uma bolsa de investigação em oncologia. Gostava de saber se há algum doente oncológico, ou familiar de doente, que rejeitaria os resultados da investigação que fosse financiada com essa verba, porque a mesma teria tido origem num espectáculo tauromáquico!

Não está aqui em causa a realização ou não de uma manifestação taurina. Estes eventos continuarão a acontecer, quer se queira quer não. Cada um é “dono” da sua sensibilidade e não pode transformá-la em extremismo procurando aniquilar a dos outros.
O que está aqui em causa é a rejeição de uma verba que se destinaria (ou destinará) a apoiar a luta e o conhecimento contra um dos maiores problemas de saúde da sociedade: o Cancro. Pior é quando esta verba é rejeitada por quem supostamente deveria estar na linha da frente do combate.

Bruno Bettencourt

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Liga contra a realização do Espectáculo de Beneficência

A Direcção Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) manifestou-se contra a realização do Espectáculo de Beneficência que está previsto para o próximo dia 29 de Maio e cujos fundos revertem a favor da mesma. Neste sentido procurarão cancelar o evento. Aqui fica o comunicado publicado na página de facebook da LPCC:

"A Direcção Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro é absolutamente contra a realização de Touradas ou de espetáculos semelhantes e, de imediato, providenciou no sentido da anulação da iniciativa programada pelo Núcleo Regional dos Açores. Apresentamos as nossas desculpas por tão insólita organização que só por descuido, desatenção e profunda remodelação da Direção do Núcleo Regional dos Açores, terá sido anunciada."

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Feira de S. João 2016


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Espectáculo de Beneficência

Foi apresentado o cartel do Espetáculo Taurino de Beneficência a favor do Núcleo Regional dos Açores da Liga Portuguesa Contra o Cancro, para a criação de uma bolsa de investigação em oncologia. O cancro é um flagelo e todos temos a responsabilidade de estar unidos nesta causa.

O evento contará com a participação graciosa de todos os artistas, que se associam assim a esta causa. No toureio a cavalo, contam-se com as prestações dos Cavaleiros açorianos Tiago e João Pamplona, ficando as pegas a cargo do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. No toureio a pé actuarão os Matadores Javier Castaño (ele próprio doente oncológico), Júlio Benitez “El Cordobés”, António Nazaré e o português Manuel Dias Gomes. Ao nível ganadero o espectáculo oferece o confronto entre as ganadarias Rego Botelho e Casa Agrícola José Albino Fernandes, que também colaboram especialmente para a causa.

Organizado por 3 entidades: o citado Núcleo dos Açores da Liga Portuguesa Contra o Cancro, o Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e a Tertúlia Tauromáquica Terceirense, o evento está previsto para o dia 29 de Maio de 2016, às 18h30, na Praça de Toiros Ilha Terceira.

domingo, 24 de abril de 2016

VII Festival Luis Fagundes – crónica

Um Festival de início de temporada é muitas vezes o momento utilizado para experimentações: estrear montadas, “rodar” outras, apresentar Cavaleiros e mostrar novos forcados. A sétima edição do Festival Luis Fagundes, em Angra do Heroísmo, não foi excepção.

Abriu praça Tiago Pamplona que se apresentava pela primeira vez após o acidente sofrido, em Agosto passado, na Feira Taurina da Graciosa. Pela frente teve o exemplar nº329 de Herdeiros de Ezequiel Rodrigues (ER). Apesar de pequenote e fechado de agulhas, o novilho estava bem apresentado. Mostrou-se distraído, interessando-se mais pelo que se passava fora da arena, no entanto saía de pronto ao cite empregando-se nas reuniões. O Cavaleiro teve uma lide esforçada e em crescendo, procurando ligar-se ao oponente, de forma a contornar as dificuldades do mesmo. Estudou bem os terrenos e andou variado nas sortes. Destaque para o terceiro ferro curto montando o craque “Zangado”, um dos melhores ferros da tarde com um cavalo cada vez mais estrela. O segundo do seu lote era o nº131 de João Gaspar (JG), que ostentava o ferro de Duarte Pires, tal como os restantes provenientes de JG. O exemplar adiantava-se à montada de início, andando sempre ligado ao cavalo e mostrando ímpeto de investida. Tiago tirou bom partido das condições do oponente, no entanto andou um pouco irregular na cravagem dos ferros. Terminou com um bom ferro ao estribo, daqueles descritos nas regras. Acima de tudo mostrou que está de volta e que saradas as feridas, temos cavaleiro!

A João Pamplona, também regressado tal como o seu irmão, coube o nº130 JG (ferro DP) que a fazer fé no nº2 ostentado na pá da mão era um exemplar com 4 anos. O toiro era muito bonito, tivesse mais um pouco de cara e era uma verdadeira estampa. Pena o comportamento não ser proporcional. Era bruto, distraído e investia com arreões, mostrando sentido ao tapar-se cada vez mais durante a lide. O João foi-lhe pisando os terrenos e logo no primeiro ferro comprido não se livrou de um violento embate que fez temer uma queda. Esteve bem nas cravagens, numa lide regular e com o interesse de se ter assistido à boa estreia das novas montadas. O nº361 de ER era bonito de pelagem, mas também era distraído. Em alguns momentos deu a sensação que tinha problemas de visão, saindo só em curto. Após uma primeira cravagem comprida onde abriu em demasia a sorte, o benjamim da casa Pamplona foi palmilhando uma lide em crescendo, ainda que o oponente não lhe facilitasse a vida. Pecou apenas pela pouca fluidez da lide, mas tal facto esteve associado à procura de testar novas montadas. Mostrou também que está de volta e que tal como Tiago, o legado da família tem continuidade e está em boas mãos.

Manuel Sousa, Cavaleiro Amador luso-descendente, veio da Califórnia para estar presente. Já tinha estado anteriormente na Praça de Toiros “Ilha Terceira”, mas num espectáculo de variedades taurinas. Utilizou montadas dos irmão Pamplona, mas entendeu-se pouco com as mesmas. O seu primeiro exemplar tinha o nº355 ER e entregava-se à luta, fica a sensação que merecia outra lide para se poder mostrar. O Cavaleiro esteve num patamar inferior. Sortes desacertadas e muitas dificuldades técnicas. Mostrou vontade e querer, no entanto faltam-lhe algumas das bases exigidas para se poder apresentar num espectáculo desta natureza. Frente ao nº120 de JG (ferro DP) esteve um pouco melhor, porém acabaram por vir à tona as mesmas dificuldades. O hastado foi cumpridor e procurou facilitar a vida ao Cavaleiro, mas quando não se domina a “ferramenta”, tudo são dificuldades. Destaque para o ferro curto com que encerrou a lide. Apesar de tudo, é de salutar que um jovem americano se dedique à Arte de Marialva. Manuel Sousa ainda tem tenra idade e uma grande margem de progressão. Assim continue a trabalhar de forma a fazer-se Cavaleiro Tauromáquico.

As pegas estiveram a cargo do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande, organizador do evento. Sob as ordens do cabo Filipe Pires, viu-se que o grupo se encontra em constante renovação, apresentando muitas caras novas. André Lourenço, em dia de estreia, realizou uma boa pega à terceira tentativa, após ter acusado o nervosismo nas tentativas anteriores. Luís Valadão pegou à meia volta e com ajudas carregadas à terceira tentativa. Rui Dinis fechou-se à primeira sem dificuldades. Délcio Gomes fechou-se à primeira de forma um pouco atabalhoada, valeu-lhe a “bondade” do oponente. Daniel Brasil pegou à primeira com uma pega limpa. Fechou o espectáculo Valter Silva, a mostrar experiência e a ficar na cara sem problemas.

As bancadas ostentavam 1/3 de casa, num espectáculo com momentos de interesse a começar a época taurina nos Açores, dirigido sem dificuldades pelo antigo bandarilheiro e agora estreante Director de Corrida Rogério Silva, assessorado pelo médico veterinário José Paulo Lima.

Abrilhantou (e bem!) a banda da Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva.

Bruno Bettencourt
Foto: António Valinho

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